Meus amigos, é sempre bom nos encontrarmos como comunidade de fé. Nossa fé nos faz frequentar o mesmo espaço celebrativo, a cada domingo, trazendo nas mãos aquilo que fizemos para ajudar na construção do Reino de Deus. O Deus que nos criou, nos chama para ajudá-lo na construção do seu Reino e nos envia como testemunhas vivas de sua presença no meio da humanidade. O mês da Bíblia nos ajudou a reencontrar a sua Palavra e a colocá-la como ferramenta para o nosso trabalho missionário. É muito importante que cada um vá tomando consciência da missão que lhe foi confiada. Neste mês missionário nós estamos sendo enviados para testemunhar. Eu penso que uma experiência constante de convivência com a Palavra de Deus é necessária para que sejamos fiéis a Ele em nossa missão de testemunhar. O profeta Isaías nos lembra que nossos pensamentos não são iguais aos pensamentos de nosso Deus. Assim sendo, é importante nos aproximarmos mais deste pensamento para que a nossa missão seja coerente e consequente. O Reino de Deus é Justiça e Paz, todos nós sabemos disso. A Justiça é colocada como a base para o relacionamento humano. E como somos injustos muitas vezes conosco, exigindo de nós coisas que não somos capazes de realizar; com os outros, cobrando comportamentos que nós mesmos não os temos. Nossa compreensão de justiça muitas vezes se resume em não infringir a lei. Para Deus, justiça é muito mais que isso, é defender a vida e
dignidade do próximo. Sinto que cada vez mais se faz necessário prestar atenção naquilo que nós ouvimos, lemos e meditamos na Bíblia. Sem essa atenção corremos o risco de atrapalhar, atrasar o acontecimento do Reino de Deus. No Evangelho segundo São Mateus, rico em ensinamentos para todas as comunidades, percebemos que o coração deste Evangelho é exatamente a justiça
do Reino: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais lhe será dado por acréscimo.” Esta justiça do Reino precisa ser entendida e experimentadapor todos os missionários. Naquela parábola onde o patrão vai, em
horas diferentes, à praça, contratar empregados e, no final do expediente, paga a cada empregado uma moeda de prata, Jesus deixa claro o sentido da Justiça do Reino de Deus. Aquele patrão olha a necessidade de cada pessoa para se alimentar, vestir, alimentar a sua casa, viver com dignidade. Para ele, justiça é defender a vida do seu semelhante. Mas, Jesus mostra também, nesta parábola, que a justiça do Reino só acontece em uma pessoa que tem o coração bom. Sim, se o nosso coração não for um bom coração não conseguiremos entender a Justiça do Reino de Deus. Parece-me que todo objetivo da pregação, das astorais, de toda evangelização que a Igreja vem fazendo ao longo dos séculos tem exatamente este objetivo: converter os corações. Essa conversão nada mais
é que transformar o nosso coração de pedra em um coração de carne, verdadeiramente humano. É muito importante descobrir se o meu tempo e o meu aprendizado na fé cristã tem me transformado em uma pessoa boa ou não. As pessoas de coração fechado, rancorosas, autossuficientes, presunçosas, não conseguem entender a justiça do Reino de Deus. No mês missionário se faz necessário reencontrar a Bíblia como nossa ferramenta de trabalho. O missionário é enviado para anunciar a Palavra de Deus, para ajudar a construir o Reino de Deus, não qualquer outra coisa. É muito triste quando vemos “missionários” que anunciam a si mesmos.
Busque ser fiel à sua vocação missionária e coerente no testemunho que devemos dar dessa presença de Deus no meio de nós.
Pe. Ruaro mSC - editorial Jornal Novos Horizontes -outubro/2011
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